terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Violência Doméstica

Imagem Retirada da Internet
Há uns dias que me sinto (ainda mais) revoltada com o país onde vivo. Não consigo parar de pensar no caso mais badalado do momento. Não consigo imaginar o sofrimento daquela mulher por perder a sua mãe e a sua filha no espaço de 2 dias. Não consigo parar de tentar perceber o que iria na cabeça daquele pai para matar a sua filha. Não era suposto ser a pessoa que ele deveria querer para sempre consigo? Não devia ser seu protector em vez de ser o seu atacante? Não devia desejar o melhor da vida para a filha, mesmo que isso implicasse passar menos tempo com ela?
Não consigo perceber o que continua a falhar no nosso país. Ou talvez perceba e não queira acreditar.

Não entendo como é que num caso onde foram feitas várias queixas de violência doméstica, que inclusive chegou ao Ministério Público, chega a este ponto.

Termina assim...
Fazem-se campanhas para que sejam denunciados casos de violência doméstica, no entanto, quando os casos são comunicados pouco é feito. Quantos casos temos de agressores que vão a tribunal e saem em liberdade? Quantos casos de homens que são libertados e matam as mulheres de seguida? Quantas mais vítimas vai ser necessário haver, Portugal? Já vamos em 10 em menos de 2 meses, vão ser precisas mais quantas?

Senhores Juízes, conseguem dormir descansados? Já se colocaram no lugar das vítimas? Já pensaram na vida que esta pequena criança tinha pela frente e o quanto ela passou nos seus curtos dois anos de vida? Já pararam para tentar sentir as perdas desta mulher? A mesma com tantas queixas realizadas viu o desfecho desta história o cenário mais macabro que podia imaginar. Que tipo de vida acham que vai ter depois da vossa inércia?

Imagem Retirada da Internet
Mulheres deste país, se passarem por uma situação destas denunciem, à polícia, a familiares, a amigos, a colegas. Se tiverem filhos procurem que os mesmos estejam em segurança.
Não se calem e não desistam até ser feita justiça.

19 comentários:

  1. Nem sei o que dizer, mas não é uma situação fácil, as vezes penso que seja uma sobrecarga de trabalho, ou falta de pessoas no departamento, não acredito que funcionários fechem os olhos... ou pelo menos, não quero acreditar!!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Titica Deia, eu também não queria acreditar, mas ao ouvir o Hernâni Carvalho a falar sobre este assunto e até a indicar que este caso esteve no MP.O que foi feito? nada! Nem o tribunal de menos foi alertado sobre este assunto!

      Eliminar
  2. Sem sombra de dúvida que é preciso agir, e rapidamente!

    ResponderEliminar
  3. Olá aos dois!
    Além de haver inúmeras campanhas contra a causa da Violência doméstica e mais apoios e suportes à vítima… algo está a falhar, pois parece que os números estão compulsivamente a aumentar e, isso é no mínimo estranho… deviam estar a descer!
    E isso deixa-me revoltada, chocada!
    Um beijinho :*

    http://tudosoblinhas.blogspot.com

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Ana Catarina! Obrigada. Nós também ficamos revoltado com tudo isto. É importante ver onde está a falhar e resolver. O mais urgente possível. Já vamos em 10 vítimas este ano!

      Eliminar
  4. Este mundo anda ao contrário e cada vez mais complicado saber o que fazer para mudar isso. Beijinhos*

    ResponderEliminar
  5. Infelizmente as coisas não são tão lineares assim.
    Primeiro porque existem inúmeras queixas falsas de violência doméstica e de violência contra menores que não passam de vingança de um dos progenitores.
    Depois porque não podes julgar um caso sem provas porque corres o risco de condenar um inocente e a violência doméstica é na maioria das vezes um crime silencioso e por isso se não houver testemunhas torna-se difícil provar (a menos claro que existam marcas fisicas e exames que comprovem as agressoes)
    Depois porque muitas vezes as mulheres agredidas acabam por perdoar os agressores inúmeras vezes, dando com isso poder ao agressor - Sim é difícil de ler isto, mas cada vez que uma mulher agredida volta para o seu agressor está a colocar-lhe mais poder nas mãos.
    A justiça é lenta e muitas vezes ineficaz mas quando tens a justiça a condenar um agressor e uma vitima a voltar em seguida para ele o que podes fazer?
    É das coisas mais frustrantes do mundo, saberes que aquela mulher não precisa daquele traste para nada, já lhe teres tentado abrir os olhos inúmeras vezes, já teres tido a policia a intervir e a pessoa acabar sempre por perdoar por achar que é desta que ele muda.

    Temos de começar a atacar na prevenção e isso começa com as nossas miúdas jovens, temos de as fazer perceber que nenhum namorado tem o direito de lhe gritar, de lhe mexer no telemóvel, de escolher a roupa que ela usa, de a afastar dos amigos, de a ofender ou de lhe levantar a mão e que basta um destes comportamentos para ela terminar a relação. Temos de tirar o poder das relações aos homens e coloca-lo nas mãos das mulheres, temos de as fazer entender que tem voz. Que quem lhe levanta a mão hoje vai voltar a faze-lo amanhã e que um filho não vai alterar nada.

    A culpa não é da vitima mas quando a vitima se recusa a ser ajudada, não há nada que se possa fazer.

    claro que o sistema é falho, claro que em casos destes é o agressor que devia ser condenado a sair de casa e não a vitima a ter de fugir, claro que as penas teriam de ser muito mais pesadas. Mas infelizmente a verdade é que é um caso muito complicado de ser julgado porque até as coisas acontecerem não podes fazer nada. Este pai supostamente matou a filha porque não queria ficar afastado dela e tinha medo de na próxima audiência perder a guarda da filha, sendo assim o que teria acontecido se antes disto ele já estivesse proibido de ver a filha?

    Os policias tem de ser mais proativos, a justiça tem de ser mais pesada mas as mulheres também tem de perceber que estas pessoas nao mudam e que devia bastar o primeiro estalo para acabarem com a relação.

    (eu sei que parece que estou a dizer que a culpa é da vitima, mas nestes casos a vitima é a primeira pessoa a poder fazer a diferença)

    https://www.sonhamasrealiza.pt/

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Armanda, neste caso específico eles já não estavam juntos. a vítima vivia com os pais e com a menina, e ele já não estava com elas mas tinha o direito de ver a criança. Aqui não estamos a falar de alguém que volta para o agressor. Não! Neste caso eles estavam separados, estavam em tribunal para definirem a guarda da criança. Já tinham sido feitas inúmeras queixas, não só dela mas dos progenitores, portanto havia testemunhas, não sei se havia fotos... mas testemunhas sim. O policia fez o seu trabalho, chegou a tribunal e o que aconteceu? nada!
      Tudo o que dizes eu concordo! mas neste caso não se aplica.
      Beijinhos

      Eliminar
    2. Olá Armanda.
      Daqui é o Piruças, tem razão em tudo o que disse, por vezes a vítima é que está a prejudicar a própria vida quando volta ao agressor.

      Agora não somos ninguém para tirar a vida a alguém seja mulheres, homens e principalmente crianças (essas muitos menos).

      A questão e atenção não estou a defender ninguém, será que por vezes as mulheres não provocam os homens até o mesmo não aguentar e perder a estribeiras (já ouvira casos desses e depois é os homens que são maus).

      Em questão às custódias todos os pais tem direito aos seus filhos e nunca deviam proibir de os ver ou estar na presença deles.
      Não é os progenitores que decidem e nem os próprios tribunais deveriam dar esse tal castigo.

      Cumprimentos

      Eliminar
    3. Falei na generalidade dos casos porque infelizmente temos vitimas de violência doméstica todos os dias e dificilmente mesmo dificilmente elas (e eles que também há homens vitimas) separam-se à primeira agressão.
      Para te dar um exemplo no outro dia acho que foi o cm que fez eco de uma noiva que caiu na saida do casamento e o noivo chamou-lhe estupida, ela voltou e anulou o casamento. A quantidade de gente nos comentarios que detonou aquela noiva, foi surreal, a maioria das pessoas dizia que se fosse amor ela teria superado, que por amor se desculpa tudo, que a ofenda não tinha mal nenhum. Enfim.. As pessoas continuam a não perceber que há coisas que não são normais no amor, aliás que se acontecem é exactamente porque não existe amor.

      Quanto a este caso em especifico, para mim, todo e qualquer agressor deveria ser condenado a uma pena efetiva e a um acompanhamento psicologico. No entanto isto deveria ocorrer em prisões especializadas coisa que não temos cá, a maioria dos presos saiem pior do que entraram. Sem acompanhamento estes tipos ficam um ou dois anos a remoer contra a mulher e chegam cá fora e o final é o mesmo..
      Precisavamos de reformular todo o nosso sistema prisional (com prisoes em que o preso trabalha-se lá dentro para pagar a sua estadia, mas com prisoes dignas onde alem de trabalharem, pudessem aprender e ter acompanhamento psicologico) e reformular o nosso codigo penal e isso começa também com os nossos juizes. Dois casos iguais podem originar sentenças completamente dispares por os juizes terem vivências diferentes.
      Este pai se tivesse ficado proibido de ver a filha antes provavelmente teria feito isto ainda mais cedo, deveria lá está, ter sido preso e acompanhado psicologicamente para depois voltar a ter contacto com a criança..

      Eliminar
    4. Armanda, eu percebi e também falava no geral.
      É claro que não se aplica a todos.

      Também não podemos que haja falta de respeito entre casais é feio. Há vezes numa chatice sai coisas que não devenos dizer mas não é motivo para sair, mas claro que devemos respeitar a decisão das pessoas, porque também não sabemos o que se passa entre eles.

      Concordo que poderia haver um acompanhamento psicológico para ambos o casal quando acontece esse tipo de situações infelizes.

      Eliminar
  6. Infelizmente é uma coisa que existe há muitos anos, mas cada vez são mais os casos conhecidos e em vez de acalmar tem aumentado muito, não vejo evolução humana...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim. Cada vez mais. E todos nós conhecemos alguém que passou / passa por isso. A culpa tambem é de todos nos.

      Eliminar
  7. Excelente artigo! Mas Os Piruças, deixem-me salientar algo muito importante, a violência doméstica acontece, psico e fisicamente, na maioria dos casos de homem para mulher, mas cada vez mais existem casos contrários, já para não falar em relações homo... é importante começar a olhar para este problema cada vez mais de forma global.

    https://obonvivantpt.blogspot.com

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Henrique! Sentimos a tua falta hehe! Claro que sim. Concordamos com o que dizes. Aqui quis focar-me mais no caso que tivemos a semana passada. Mas sim, a violência existe, infelizmente, independentemente do género. Obrigada!

      Eliminar
  8. Excelente post e tão actual, mas infelizmente a nossa sociedade neste tema ainda não evoluiu o suficiente
    Bjs e abraços

    Kique

    Hoje em Caminhos Percorridos - Fragata D. Fernando II e Glória

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim, infelizmente. Nao se trata so de evoluir a sociedade, há uma série de procedimentos a alterar. Obrigada.

      Eliminar